12 agosto 2010

História De Dois 25 Anos

Eu sou um merda de 25 anos.
Tenho vinte e cinco anos e não conquistei metade dos meus sonhos.
Sou um vagabundo sem emprego.
Não me vejo capacitado para exercer emprego, nem estágio, na área que me propus a aprender.
Em casa, sou um zero a esquerda. Não lavo, não passo, não cozinho. "Sou homem, não preciso saber disso", meu lado grosso com voz baixa eu digo.
Não sou pró-ativo, sou preguiçoso, quando as coisas não são como eu quero, só me falta me jogar no chão e espernear.
Tenho pavio curto, sonhos grandes.
Corro pouco atrás deles.
Bem...
Corria.

Ele também tem 25 anos.
Um homem humilde.
Começou a trabalhar desde cedo, tadinho.
Respeita pai e mãe.
Cedo mesmo conheceu uma mulher maravilhosa(aos olhos dele), se apaixonou e decidiu resolver passar o resto da vida com ela.
Ele já é bem diferente de mim.
Bem humorado, calmo, paciente, inteligente, tem aptidão para fazer de tudo um pouco. E vai lá e faz.
Um homem de atitude.
É um cara legal, a vizinhaça gosta, bastante social. Sexta feira, tem barzinho com seus amigos, coisa e tal.

Confesso que tenho pouco a oferecer com meus 25 anos.
Mas sou esforçado. Posso ter muitos trabalhos não terminados, arrependimentos passados, mas sou esforçado. Corro atrás do que eu quero MUITO.
Além do mais sou um rapaz sincero, confiável e camarada. Um amigo tipo cachorro. Não duvide da minha fidelidade.
Faço amigos com facilidade, mesmo não sendo um cara tão social assim.
Nunca fiz amigos bebendo leite, mas se fiz amigos bebendo álcool... Não lembro.
Sou romântico, não gosto de puta.
Tenho uma namorada que amo e mimo bastante. Ele é merecedora disso.
Estou aprendendo os deveres do lar muito bem. Já até aprendi a fazer miojo.
Posso não ter tido que dar duro na vida, mas estou ciente de toda dificuldade que se encontra na minha frente.
Tive um bom ensino no meu colégio, tenho uma bagagem legal da faculdade e não sou tão burro a ponto de ficar horas parado em frente a uma caixa retangular e absorver o que me é prejudicial. Não quero que pensem por mim. Eu vou atrás do que EU quero. Porque eu posso.

E ele?
Não é tão bonzinho não!
Já roubou pão da casa do João!
Já fez promessas não cumpridas... algumas vezes.
Não teve boa educação e não entende muito bem conceitos fáceis tipo log, derivada e integral. Para ele não importa, tudo isso é banal. O que ele quer mesmo é o modo mais fácil de se chegar a(o) capital.
Se apaixonou por uma xota, digo, um objeto, digo, uma mulher e meteu, digo, cedeu aos caprichos dela. "Cedeu" tanto, mas tanto, cedeu tanto lá dentro, e fora, dentro e fora, que ela acabou por engravidar.
Justo no momento que ele buscava certa estabilidade. Tão novo.
As coisas foram se ajeitando, os sonhos continuavam vivos, quando veio o segundo filho.
Aí não dá. Se tornou desestabilizado. Brigava com a patroa dia sim, dia não. Dia não era dia de ir para o bar e não voltar pra casa cedo.
Na briga levantou a mão pra mulher... tsc tsc.
Divórcio chegou e com ele a pensão e o direito de ver os filhos somente nos fins de semana.

Esse post é dedicado ao pai que pode ou não ter 25 anos, mas me inspirou quando o vi cuidando com o maior carinho do mundo seus dois filhos agitados... e isso já era mais de meia noite...