20 julho 2011

Vendendo O Produto

Situação 1
Cliente: "Mas você acha mesmo que esse óculos rosa-pink-fúcsia com bolinhas amarelas cintilantes combina com meu rosto?"
Vendedor: "Claro! Esse óculos tá saindo muito. É a última moda!"

Situação 2
Amigo meu: "Conheci uma garota ontem."
Eu: "E aí? Como ela é?"
Amigo meu: "Ela é muito legal!"
Eu: "No início todas são legais, né?"

Essas duas situações têm muito mais em comum do que você imagina...

2k11

Ontem tive conversas interessantes com duas pessoas.
Abordando o mesmo assunto.
A primeira impressão ao se sentir atraído por alguém. A primeira impressão que a pessoa nos causa. A primeira impressão que queremos causar.
Por que geralmente parecemos legais ao conhecermos novas pessoas?
É só questão de educação?
Não acredito nisso não.
É porque no fundo você quer que aquela pessoa te veja com bons olhos.
Vamos pensar racionalmente. Quem faz amigos/ficantes/namorados/maridos(as) demonstrando seriedade, tristeza ou depressão?
Existe, é claro que sim, mas vamos concordar que é mais complicado.
Então somos legais, mesmo que a gente não perceba. É instintivo. Porém falso.

"mas o que a gente tem além disso?"

Foi a pergunta que me fizeram.
Nada, eu respondo.
A máscara vai cair uma hora ou outra. É nessa hora que vemos o quanto vale a pena manter ligação com determinada pessoa. Não dá pra ser legal sempre.
Acho que em qualquer tipo de relação, o que a faz manter forte de verdade, é o quanto de defeito do outro você consegue administrar sem se incomodar... muito.
Quando conheço alguém, me ligo muito em suas pequenas falhas, pra ver se é algo sustentável ou não.
Pareço ser meio frio e calculista, mas não é isso. Simplesmente não vou alimentar algo que possa me fazer mal no futuro.

É aí que ocorrem muitas falhas.
Pessoas são mutáveis. Ou não.
Talvez você insista em alguém pensando que ela pode se tornar ideal.
Talvez você desista de alguém porque ela se mostrou errônea em uma fase da vida.
Burrice é persistir no erro.
Burrice é não ouvir os outros.
Mas também é burrice não ser persistente.
Mas também é burrice não ter opinião.

Não há uma conclusão para esse tipo de assunto porque envolvem pessoas.
Se fossem objetos talvez este post não teria nem duas linhas.

Não sei dizer ao certo defeitos que fazem me afastar de alguém.
Mas listo coisas que ouço por aí:
"Ela fuma."
"Ele bebe."
"Ela gosta de ir pra micareta."
"Ele é pegajoso."
"Ela me liga toda hora."
"Ele não me liga."
"Ela não gosta de anal."
"Ele não gosta das coisas que eu gosto."
"Ela é ciumenta."
"Ele é galinha."
"Enjoei."

Fazendo uma rápida pesquisa online, entre amigos meus, encontrei esses outros vários problemas também:

- Convivência x Distância
- Desapontamento/Decepção
- Falta de afinidade
- Falta de atenção
- Falta de companheirismo
- Falta de personalidade
- Futilidade
- Ignorância
- Incompatibilidade ideológica
- Infidelidade
- Paranóia
- Soberba

Não dá pra demonstrar tudo isso numa primeira impressão, não é?
Então importa realmente ser O legal no início?
Preferimos que seja O legal no final.

Vem a pergunta:

Que produto queremos vender e para qual tipo de cliente?

A Apple gosta de enganar muito com o iPad... é um gadget inútil.
"Mas é da Apple então deve ser bom."

É praticamente igual a relação Mulher x Bunda no país.
Estamos exportando muito bem esse tipo de produto.
Não é um bom negócio a longo prazo. A bunda cai. Vai manter ou separar?
Até lá já lançaram o iPad 5... é só jogar fora e comprar outro.
Simples.

E assim vivemos nossas vidas.
Desperdiçando tempo com inutilidades e desvalorizando objeto por não ser ideal.
Seja porque não é de tal marca, ou porque os outros podem não gostar.

Vida que segue.
Ficando na expectativa do que vem depois do famoso
"Oi, tudo bem?"
mesagem enviada há 45 minutos atrás
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PS: Obrigado a todos que me ajudaram a formular esse texto.