16 fevereiro 2011

FLAMENGO, Por Um Atleticano

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"Vai ser do Galo?

O Rafinha completou 4 anos em dezembro do ano passado. E, apesar de ter sido indumentado minutos após o parto com um boné e uma camiseta do Galo, não nutre interesse algum por futebol. Frustração de pai boleiro. Talvez um dia, mais pra frente, ele passe a gostar. Talvez se o Galo ganhar alguma coisa importante nos próximos anos ele se torne mais um integrante da nação.

Por enquanto prefere desenhos do Tom & Jerry, algumas pedaladas, bonecos, piscina, praia e passeios nos shoppings. Este último por influência da mãe, egressa de São Paulo, onde os shoppings são uma beleza. Ela torce pro Corinthians e me contou surpresa dias atrás que o moleque tinha feito, do nada, uma declaração de amor ao Flamengo.

Diálogo, dentro do carro, voltando, claro, de um shopping:

- Mãe, eu adoro o Mengo!
- Como assim? Você nem gosta de futebol.
- Gosto sim. Não gosto é do Galo!
- Mas e o Timão?
- Também não gosto.
- Mas por que o Flamengo, essa mulambada?
- Por que eles são vencedores, mãe. Eles gostam de ganhar tudo.
- Quem disse isso?
- Uê, meus colegas. Todos são do Mengo. Você compra uma camisa vermelho e preta pra mim?
- Não compro camisa do Flamengo, Rafa! Até parece! Não quer uma do Corinthians? Timão, Timão, êô!!!
- Esquece mãe!
- Uma do Galo?
- Esquece mãe. Essa conversa não vai dar em nada!

Encerrou o assunto. Criança dessa idade faz cada uma! Por mais que a mãe provocasse, nada, nem uma palavra. Se soubesse assoviar, assoviava.

Outro dia, enrolava pra tomar leite e dei uma dura legal nele. Minutos depois, entrou em meu quarto, franziu os olhos, esticou os braços em direção ao chão (ele adora fazer isso quando está bravo) e mandou essa:

- Vou te deixar aí sozinho no quarto pra você pensar melhor nas coisas que você tem me falado!

Eu hein! Bom, mas o assunto aqui no Terreirão é Galo. E é sobre o Galo e suas carências que vou escrever essas últimas palavras.

Entendo muito bem o Rafinha. O moleque vive no Rio e aqui a maioria espetacular dos meninos torce pro Flamengo. Os caras foram campeões brasileiros no ano retrasado. Já têm seis títulos, estão sempre promovendo ações de marketing e ganhando os jornais do mundo inteiro. Tinham Adriano e Vagner Love em 2009. Agora, repatriaram Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves. Montaram um puta time com duas tacadas certeiras. São favoritos ao título carioca e ao Brasileirão. E estão sempre quebrados, devendo a Deus e ao mundo. Não têm centro de treinamento. Mas têm o principal: espírito de vencedor. Podem estar lutando contra o rebaixamento que não perdem a arrogância nem o olhar superior. Isso, como gostam de dizer, é fato. Nenhum clube tem isso, só o Flamengo.

Os outros grandes do Rio lutam pra derrotá-los. Só se preocupam com o pessoal da Gávea. Têm trimiliques e suadouros toda vez que ouvem o nome Flamengo. Amaldiçoam-no, fazem vudu, ironizam com sarcasmo frívolo, xingam, fingem ignorar. Fazem o diabo pra acabar com a arrogância da mulambada mas não conseguem. O Flamengo hoje é odiado até na derrota. E isso é bom pra eles. Claro. O Rafinha tem em quem se mirar. E ele mira na mulambada. E acha a mulambada o máximo. Quem não quer ser um vencedor?"

(...)

Luiz Fernando Ávila

Rafinha

05 fevereiro 2011

Você Quer Um Final ?

2k11

Tenho ficado chateado comigo mesmo por não saber levar com alegria todos os infortúnios passados e vividos da minha singela, pequena e escrota vida.
Antigamente era tão mais fácil escrever sobre futilidades de forma engraçada, mas hoje em dia acho patético.
Não sei até onde vale a pena falar, comentar, twittar, facebookar sua vida.
Sempre fui do tipo de escrever sobre sentimentos, pensamentos e ...mentos.
Até mesmo quando falo sobre algo do dia, insisto em escrever algo abstrato.
Acho que é disso que se trata o post de hoje.
Sobre filmes sem finais.
(!?)
Aqueles filmes que todo mundo reclama porque a pessoa não é acostumada a pensar e recorre aos dizeres: "Esse filme é ruim porque não tem final".
Mas isso é ótimo!
Que gênio o cara não ter colocado pensamentos mastigados na nossa mente.
Obrigado, escritor/diretor/produtor por achar que somos seres pensantes o suficiente para discutirmos seu(s) filme(s) por gerações.
Não só filmes como livros também.
Ou você conhece alguém que odeia Dom Casmurro?
Ponto para Machadão!

Estou cansado da TV me dizer que o bem e o mal existem.
Não existem!
(nada de dizer que é relativo, psicólogo fuinha)
O que existe são momentos distintos.
Momentos que podem te definir por uma única situação, por uma única visão.

Por que tudo há de ser tão definido?
Por que pessoas gostam de chegar a um final determinado se o mais divertido é o durante dessa qualquer coisa, tendo um fim ou não?
Eu não assisto TV. Assisto o que eu quero. A internet tem esse poder.
Porém ela só tem empobrecido.
(inclusão digital? boooooUUUa, braZZZil!)

Acho que sempre fico desse jeito quando estamos em épocas de Big Brothers e filmes Blockbusters...
Não que seja ruim assistir algo que você não tenha que pensar bastante... ou nada. Também assisto muito filme ruim. Avatar, por exemplo.
Mas nunca pensar?
Pode ser a velha história de que o mundo é muito violento, que a TV nos faz viajar com essas histórias lindas e maravilhosas onde um homem(herói, o bem definido) pratica um GENOCÍDIO porque um outro homem(vilão, o mal definido) explodiu o carro com sua esposa e filha dentro(por nenhum motivo, só pra ter um filme mediano de uma hora e meia).
...
Pois bem...
Deve ser parte de uma conspiração governamental em que nós somos espécimes inferiores e devemos nos manter assim, para que os grandes permaneçam grandes.
Mas isso já é um outro clichê, para um outro filme... com Denzel Washington.

Acho perfeita a idéia de nós mesmos criarmos um final para um trabalho tão bem feito e ... acabado!?
Devo gostar de histórias com esse tipo de gênero por eu ser muito imaginativo.
Concluindo minhas indagações que não são importantes para ninguém, se dê ao menos o trabalho de perceber quais são as histórias que vocês mais conversam em uma roda de bar.
Sobre aquele par que casou, tiveram filhos e são felizes para sempre, ou sobre aquelas velhas pessoas que ainda se encontram sem destino.
Cuidado, nesse caso essa pessoa pode ser você.

Mas peraí!!! Desde quando chegar ao destino... é chegar ao final?


=]

(FIM)