05 fevereiro 2011

Você Quer Um Final ?

2k11

Tenho ficado chateado comigo mesmo por não saber levar com alegria todos os infortúnios passados e vividos da minha singela, pequena e escrota vida.
Antigamente era tão mais fácil escrever sobre futilidades de forma engraçada, mas hoje em dia acho patético.
Não sei até onde vale a pena falar, comentar, twittar, facebookar sua vida.
Sempre fui do tipo de escrever sobre sentimentos, pensamentos e ...mentos.
Até mesmo quando falo sobre algo do dia, insisto em escrever algo abstrato.
Acho que é disso que se trata o post de hoje.
Sobre filmes sem finais.
(!?)
Aqueles filmes que todo mundo reclama porque a pessoa não é acostumada a pensar e recorre aos dizeres: "Esse filme é ruim porque não tem final".
Mas isso é ótimo!
Que gênio o cara não ter colocado pensamentos mastigados na nossa mente.
Obrigado, escritor/diretor/produtor por achar que somos seres pensantes o suficiente para discutirmos seu(s) filme(s) por gerações.
Não só filmes como livros também.
Ou você conhece alguém que odeia Dom Casmurro?
Ponto para Machadão!

Estou cansado da TV me dizer que o bem e o mal existem.
Não existem!
(nada de dizer que é relativo, psicólogo fuinha)
O que existe são momentos distintos.
Momentos que podem te definir por uma única situação, por uma única visão.

Por que tudo há de ser tão definido?
Por que pessoas gostam de chegar a um final determinado se o mais divertido é o durante dessa qualquer coisa, tendo um fim ou não?
Eu não assisto TV. Assisto o que eu quero. A internet tem esse poder.
Porém ela só tem empobrecido.
(inclusão digital? boooooUUUa, braZZZil!)

Acho que sempre fico desse jeito quando estamos em épocas de Big Brothers e filmes Blockbusters...
Não que seja ruim assistir algo que você não tenha que pensar bastante... ou nada. Também assisto muito filme ruim. Avatar, por exemplo.
Mas nunca pensar?
Pode ser a velha história de que o mundo é muito violento, que a TV nos faz viajar com essas histórias lindas e maravilhosas onde um homem(herói, o bem definido) pratica um GENOCÍDIO porque um outro homem(vilão, o mal definido) explodiu o carro com sua esposa e filha dentro(por nenhum motivo, só pra ter um filme mediano de uma hora e meia).
...
Pois bem...
Deve ser parte de uma conspiração governamental em que nós somos espécimes inferiores e devemos nos manter assim, para que os grandes permaneçam grandes.
Mas isso já é um outro clichê, para um outro filme... com Denzel Washington.

Acho perfeita a idéia de nós mesmos criarmos um final para um trabalho tão bem feito e ... acabado!?
Devo gostar de histórias com esse tipo de gênero por eu ser muito imaginativo.
Concluindo minhas indagações que não são importantes para ninguém, se dê ao menos o trabalho de perceber quais são as histórias que vocês mais conversam em uma roda de bar.
Sobre aquele par que casou, tiveram filhos e são felizes para sempre, ou sobre aquelas velhas pessoas que ainda se encontram sem destino.
Cuidado, nesse caso essa pessoa pode ser você.

Mas peraí!!! Desde quando chegar ao destino... é chegar ao final?


=]

(FIM)

3 comentários:

Dai disse...

Eu adorei o seu texto!!!!

Ficou ótimo! Não lia algo assim há muito tempo!

Eustáquio disse...

ah, é sempre mais fácil ter um final, é sempre mais fácil não pensar, e definir o objetivo imediatamente.

isso tanto em filmes como na vida. por isso é um tema tão recorrente assim...

coisas que não têm final são mais interessantes por a situação aberta à interpretações... mas é mais trabalhoso interpretar do que ver algo que já tá pronto.

eu pessoalmente prefiro; especialmente em pensar em finais absurdos e bizarros. é muito mais divertido. assim como com a vida... :)

Anônimo disse...

Fala Rodrigo! Quanto tempo!

Nada mais mortífero que o final! Você já reparou como a fantasia mantém agente de pé?

abraços!!